Dr. Henrique Possebom
Exames
Avaliação de vias lacrimais (Teste de Schirmer)
Esse exame mede a produção de lágrimas e é indicado para investigar olhos secos. Tiras de papel filtro são colocadas suavemente no canto inferior das pálpebras; em cinco minutos mede‑se a quantidade de papel umedecida. É um teste simples e de baixo custo que avalia tanto a produção basal quanto a reflexa de lágrima. Não dói e dura cerca de cinco minutos.
Biometria ultrassônica (ambos os olhos)
A biometria mede o comprimento axial do globo ocular, a profundidade da câmara anterior e a curvatura da córnea para calcular o poder de lentes intra‑oculares em cirurgias de catarata. Ela pode ser realizada por ultrassom – com uma sonda que toca levemente a córnea após instilação de anestésico – ou por interferometria óptica, método a laser que não toca o olho. O exame dura aproximadamente 15 minutos e é indolor; é essencial para que a lente implantada tenha o grau correto.
Ceratoscopia computarizada (topografia de córnea)
A topografia corneana obtém um mapa 3D da superfície da córnea. O paciente coloca o queixo em um apoio e olha para uma mira enquanto anéis luminosos são refletidos na córnea. O exame dura apenas alguns segundos por olho, não causa dor e fornece mapas coloridos que auxiliam no diagnóstico de astigmatismo irregular ou ceratocone e no planejamento de cirurgia refrativa.
Curva tensional diária (CTD)
Para investigar variações da pressão intraocular ao longo do dia (importante em casos de glaucoma), realiza‑se a CTD. Utiliza‑se o mesmo tonômetro da tonometria de aplanação para medir a pressão em quatro horários diferentes do mesmo dia (por exemplo, 8 h, 11 h, 14 h e 17 h); cada aferição leva cerca de 10 minutos e é feita com colírios anestésicos. O procedimento não dilata a pupila, não dói e o paciente pode voltar às suas atividades entre as medições. O uso de lentes de contato deve ser suspenso no dia do exame.
Gonioscopia
A gonioscopia avalia o ângulo entre a córnea e a íris, onde o humor aquoso drena; é fundamental na investigação do glaucoma. O oftalmologista pingará colírios anestésicos e colocará uma lente com espelhos sobre a córnea; isso permite ver o ângulo de drenagem ao microscópio. O exame dura poucos minutos e, graças ao anestésico, é indolor – o paciente apenas sente uma leve pressão. Ele é tão rápido que o contato da lente com o olho dura menos de cinco minutos.
Mapeamento de retina (fundoscopia indireta)
O mapeamento permite examinar a retina central e periférica, o nervo óptico, o vítreo e os vasos sanguíneos. Primeiro a pupila é dilatada com colírio, processo que leva de 20 a 30 minutos. Em seguida, o paciente senta‑se e, com uma lente convergente e um oftalmoscópio binocular indireto, o médico projeta uma luz forte para observar todo o fundo do olho. A luz pode causar algum desconforto ou ofuscamento temporário, mas o exame não é doloroso. A parte de observação dura de 10 a 15 minutos; somando a dilatação, a consulta leva de 30 a 45 minutos.
Microscopia especular
A microscopia especular é um exame não invasivo que fotografa em alta resolução as células endoteliais da córnea (as responsáveis por manter a transparência). O equipamento capta a luz refletida do endotélio para analisar o formato, tamanho e densidade celular. Modelos modernos são sem contato e fazem o exame de ambos os olhos em menos de 40 segundos. É um exame indolor muito utilizado antes de cirurgias oculares e no acompanhamento de doenças da córnea.
Paquimetria ultrassônica
Esse exame mede a espessura da córnea (fundamental na interpretação da pressão intraocular e no preparo de cirurgias refrativas). Na paquimetria óptica, um feixe de luz mede a espessura sem tocar o olho. Na paquimetria ultrassônica, uma sonda é encostada na córnea por poucos segundos após aplicação de colírio anestésico. O procedimento é rápido; a espessura é obtida imediatamente, e o paciente não sente dor.
Retinografia
A retinografia é uma fotografia digital do fundo de olho. O paciente apoia a cabeça em um suporte enquanto uma câmera capta imagens do nervo óptico e da retina; não há contato com o olho e, em geral, dura de 5 a 10 minutos. Em alguns casos pode ser necessário dilatar a pupila; a fluoresceína (quando utilizada em angiografia) exige até 30 minutos para as imagens adicionais. É um exame essencial para documentar e acompanhar doenças da retina e do nervo óptico.
Retirada de corpo estranho corneano
Em casos de partículas na córnea, o médico realiza a remoção no consultório. Colírios anestésicos são aplicados para eliminar o desconforto; o paciente é posicionado no biomicroscópio e, com soro fisiológico ou um cotonete umedecido, remove‑se o corpo estranho. Se o objeto estiver mais incrustado, utiliza‑se uma cânula ou agulha específica. O anestésico torna o procedimento indolor, e a remoção utiliza a técnica menos invasiva possível.
Tonometria
A tonometria mede a pressão intraocular, parâmetro fundamental no diagnóstico e controle do glaucoma. Pode ser feita por sopro de ar (não há contato) ou por aplanação (um pequeno prisma toca a córnea após colírio anestésico). Todos os métodos são rápidos e praticamente indolores; muitos duram apenas alguns segundos. Não requer preparo prévio e faz parte de qualquer consulta oftalmológica completa.
Teste de lente de contato
Esse exame avalia qual lente de contato é a ideal para cada paciente. Além do exame oftalmológico de rotina, o médico mede a curvatura da córnea com um ceratômetro/topógrafo, avalia o tamanho da pupila e a quantidade de lágrima e considera o estilo de vida. Por isso, solicita‑se que a consulta inclua um tempo extra. Em muitos casos, lentes de teste são aplicadas e o paciente aguarda alguns minutos para permitir que as lentes se estabilizem. O processo não causa dor; ele garante que a lente escolhida ofereça conforto e segurança.
Capsulotomia/iridotomia (monocular ou binocular)
Ambos os procedimentos utilizam laser YAG e são realizados em consultório com colírios anestésicos.
Capsulotomia YAG – Trata a opacificação da cápsula posterior (catarata secundária). O paciente apoia‑se em um aparelho semelhante ao usado em exames de rotina e o oftalmologista aplica pulsos de laser para criar uma pequena abertura na cápsula opaca. O procedimento dura apenas alguns minutos, é totalmente indolor e a recuperação é imediata; os pacientes podem retomar as atividades no mesmo dia.
Iridotomia a laser – Indicada para prevenir ou tratar o glaucoma de ângulo fechado. Após colírios anestésicos, o laser faz uma pequena abertura na íris, fora do campo de visão direto. A intervenção dura de 5 a 10 minutos e causa pouco ou nenhum desconforto; o paciente normalmente retoma suas atividades logo após o procedimento.
No caso de procedimentos monoculares, somente um olho é tratado; na modalidade binocular, o laser é aplicado nos dois olhos na mesma sessão. Ambos são realizados em regime ambulatorial e dispensam internação.
Por que são fundamentais?
Esses exames se complementam e dão ao oftalmologista uma visão global da saúde ocular. Eles permitem medir a quantidade de lágrima, a curvatura e a espessura da córnea, avaliar a pressão intraocular, visualizar o fundo do olho, analisar as células endoteliais e calcular corretamente as lentes a serem implantadas em cirurgias. Exames de rotina como tonometria e mapeamento de retina detectam precocemente doenças silenciosas (glaucoma, retinopatia diabética), enquanto testes específicos, como a curva tensional diária ou a microscopia especular, monitoram condições já diagnosticadas. Assim, mesmo procedimentos rápidos e indolores são indispensáveis para um exame oftalmológico completo e para a preservação da visão a longo prazo.
